O FAROL DAS LETRAS |
![]() |
![]() ![]() ![]() Agnaldo Silva Alyne Lourenço Cosacnaify Gloria F. Perez Desencontros Felizes Santiago Nazarian Devaneia-se Rick Riordan Pensamentos da Noite Que tal? Songs By Karina Jücca de Melo ![]() |
Reflexão Estrangeira
Meu Deus, por que, neste momento tão difícil da minha vida, começam a surgir várias perguntas na minha mente, que, em poucos minutos, falecerá? Por um corredor estreito, sem luz e fétido, caminha um homem de roupas rasgadas, talvez pelo tempo; O cabelo castanho está embaraçado e possui manchas de espancamento espalhadas pelo corpo. Não era a minha intenção fazer o que fiz, mas o mundo está cheio de boas e más intenções. Sou um pobre homem que sonhou muitíssimo com o futuro dos filhos... Os passos lentos em direção ao corredor, os olhares aterradores dos soldados acompanhantes, gemidos que vem pelas frestas das portas comidas pelo tempo, pintam o cenário degradante, pelo o qual o homem caminha. Sou somente um funcionário da embaixada brasileira num distante lugar ao norte asiático. Tinha, claro, minhas vontades naquele dia, mas era pra ser só uma tra... De repente, uma voz, puxam-no pelo braço, fazendo o ombro do prisioneiro se deslocar um pouco mais. Nem pensei nas consequências dos meus atos; Sim, a mulher era irresistível, por isso estou aqui: seu excesso de gostosura. A luz de um pátio apontava no final no corredor, outra vez, os soldados gesticularam algo em uma língua desconhecida, o prisioneiro olha e sua feição denuncia que está com sede e fome; as costelas são visíveis. É o fim então, Senhor? Morrer sem as lágrimas dos meus conhecidos e ser enterrado em um solo desconhecido das minhas raízes! Deus, perdoe-me, entreguei-me ao pecado na ânsia da juventude do corpo daquela mulher. Sabe, parece feitiço. Lembro-me que estávamos no bar perto da embaixada, já era mais de meia noite. Tinha bebido muito uísque, mas, mesmo assim, avistei-a à certa distância da minha mesa, com um lindo vestido preto, apesar do frio intenso. Ela percebeu que a olhava, então se aproximou e puxou a cadeira ao meu lado, cruzou as pernas, num gesto tão feminino; Isso fez com que sua calcinha pudesse ser vista. Tentei me controlar. Sou pai, tenho, ao menos até daqui a pouco, duas filhas lindas e uma esposa adorável. Neste momento, os soldados amarram e vendam o prisioneiro. Há uma série de pessoas a sua volta, no que parece ser uma oração. Um dos soldados pronuncia algo indecifrável; Outro, a meia distância, faz um sinal de positivo. Entendi que ela queria o mesmo que eu. Logo, peguei-a pelo braço e saímos rapidamente do bar. Quase duas da madrugada. Viramos a esquina e, do outro lado da rua, estava meu carro, presente do embaixador. Abri a porta para ela entrar, mas ao me virar, fui esmurrado por um homem alto e loiro. Ele pronunciava algo difícil de ser traduzido. Sabia, pelas entrelinhas, que ele estava alterado comigo e com a mulher no meu carro. O prisioneiro recebe mais um chute no maquicilar; nisso, o sangue espirra longe. Há certo ar de felicidade e contemplação nos rostos das pessoas que assistem ao espetáculo. O homem loiro me empurrou e arrancou a mulher de dentro do carro, gritou com ela e disse algumas palavras, as quais ela entendeu. No entanto, quando ele terminou, ainda segurando-a, ela cuspiu em sua face. Isso o enfureceu ainda mais. Ele socou-a tanto que o nariz da mulher irresistível quebrou. O belo rosto, agora, estava encharcado de sangue. Não fiquei parado somente vendo a cena, parti pra cima dele. Peguei a barra de ferro, que se encontrava no banco de trás do automóvel. Enquanto eles discutiam, procurei acertá-lo. Contudo, ele jogou a mulher no chão e tentou segurar a barra quando quis acertá-lo novamente. Pronto, é o fim do prisioneiro. Uma fila de soldados loiros, fortemente armados, se ergue na sua frente. Todos apontam suas armas na direção dele. Propõe-se uma contagem de um a dez... Antes que eu pudesse bater nele novamente, ele retirou um revólver da cintura e disparou na direção da mulher. Não tive outra reação, senão empurrar a barra contra ele e feri-lo na cintura, da onde, acabara de retirar o revólver. O homem loiro, desconhecido, caiu com a barra presa à cintura, toda suja de sangue e eu, sem saber como vim parar aqui, depois daquela noite. Os tiros foram disparados e o corpo do homem prisioneiro caiu de lado, com uma leve expressão de alívio no rosto. "A violência é uma atitude tão comum aos seres humanos, que não nos comovemos mais ao assistir tais atos. Incrível seria ter um mundo, onde, todos pudessem sobreviver sem tentar viver, ou seria melhor ao contrário? A resposta para essa pergunta está no corredor da vossa consciência". ![]() |
![]() ![]() |