O FAROL
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"Um mar de possibilidades, onde a voz do escritor ecoa sobre as ondas"...
Luiz Carlos Dias, Professor.


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O Barquinho da vida

Um dia o meu barquinho deslizou
pelas conturbadas corredeiras da vida
E um pedaço de mim naufragou em meio
aos peixes dourados que pulavam sorridentes.

O tempo consumia-me sem pressa,
o Sol se punha por de trás das águas,
o reflexo da minha face ressaltava um
menino perdido, na angustia do-não-saber.

As casinhas soltavam fumaças a café, cheirosas
meninas pulavam corda e os balanços presos nas árvores
valorizavam os pequenos sujos de barro - pés descalços
no vai e vem da brisa do rio - do rio da vida, esta tão longa...

Quando percebi, um gigantesco monstro saiu de dentro
dos meus pensamentos dizendo que era hora de crescer;
deveria me entregar aos portões da adultoscência e, para o meu
bem, havia de esquecer a essência infantil plantada em mim.

E o barquinho deslizou um tantinho mais...

A vida ficou mais cinza e perdeu o colorido dos sonhos,
tudo era estranhamento de mim mesmo!
As palavras perdiam os sabores adocicados e as lágrimas,
inevitáveis, brotavam em meus olhos esverdeados.

Enfim, as águas revoltas, revoltadas pelo peso da minha alma,
regurgitaram o desespero do perder o meu ser para o tempo do nada;
E eu deslizava o barquinho, involuntariamente, às pressas; sofria
a dor do não-saber-o quê, crescia abruptamente sem querer.

De repente, Alguém apareceu e ascendeu a luz na minha vida, mas
ao se colorir tudo novamente, o vento, o Dono Do Vento, arrebatou-o
e o levou à novos horizontes; fiquei sem a despedida - restaram as palavras ditas:
Crescer faz parte do jogo da vida na qual somos os dados ofertados.

A mim foi oferecido o barquinho, levei-o pelas corredeiras da vida,
o pedaço, que naufragou, mais tarde o encontrei nas cachoeiras da amizade,
pois esta não foi roubada pelo Dono Do Vento - estava guardada num lugar
inatingível, secreto, sagrado, inviolável, lugar de poucos e muitos: o meu coração!





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