O FAROL DAS LETRAS |
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O Barquinho da vida
Um dia o meu barquinho deslizou pelas conturbadas corredeiras da vida E um pedaço de mim naufragou em meio aos peixes dourados que pulavam sorridentes. O tempo consumia-me sem pressa, o Sol se punha por de trás das águas, o reflexo da minha face ressaltava um menino perdido, na angustia do-não-saber. As casinhas soltavam fumaças a café, cheirosas meninas pulavam corda e os balanços presos nas árvores valorizavam os pequenos sujos de barro - pés descalços no vai e vem da brisa do rio - do rio da vida, esta tão longa... Quando percebi, um gigantesco monstro saiu de dentro dos meus pensamentos dizendo que era hora de crescer; deveria me entregar aos portões da adultoscência e, para o meu bem, havia de esquecer a essência infantil plantada em mim. E o barquinho deslizou um tantinho mais... A vida ficou mais cinza e perdeu o colorido dos sonhos, tudo era estranhamento de mim mesmo! As palavras perdiam os sabores adocicados e as lágrimas, inevitáveis, brotavam em meus olhos esverdeados. Enfim, as águas revoltas, revoltadas pelo peso da minha alma, regurgitaram o desespero do perder o meu ser para o tempo do nada; E eu deslizava o barquinho, involuntariamente, às pressas; sofria a dor do não-saber-o quê, crescia abruptamente sem querer. De repente, Alguém apareceu e ascendeu a luz na minha vida, mas ao se colorir tudo novamente, o vento, o Dono Do Vento, arrebatou-o e o levou à novos horizontes; fiquei sem a despedida - restaram as palavras ditas: Crescer faz parte do jogo da vida na qual somos os dados ofertados. A mim foi oferecido o barquinho, levei-o pelas corredeiras da vida, o pedaço, que naufragou, mais tarde o encontrei nas cachoeiras da amizade, pois esta não foi roubada pelo Dono Do Vento - estava guardada num lugar inatingível, secreto, sagrado, inviolável, lugar de poucos e muitos: o meu coração! ![]() |
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