O FAROL DAS LETRAS |
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Sufoco
Sufoco, algo aperta a minha garganta: é um nó que me mata pouco a pouco. Tenho medo de perder tudo novamente e são muitos no meio do caminho; medo de acordar sozinho com um riso triste na face. Sufoco, o ar não saí dos meus pulmões - é travado pelo receio; às vezes, desistir de tudo seria a solução, fechar as portas e se entregar de vez à razão. A tristeza me abateu, levou de mim a esperança; olho a minha volta e vejo que sonhar não é possível: somos diferentes, desiguais, mundos infinitamente distantes. Há sempre alguém a espreita, e isso me sufoca... quereria um futuro, mas tenho de pensar no presente e me sinto ausente; muitas vezes, doente. Pergunto-me até quando suportarei esta dor? Pergunto-me será que me amas tão assim? Pergunto-me se outro alguém te faz feliz? Pergunto-me, sou cheio de interrogações, e elas me matam, todos os dias! Ah, se soubesse se me amas verdadeiramente... Este sufoco passaria como as folhas no outono, escreveria cartas com palavras de esperança. Queria saber se pensas em mim, apesar dos outros. Tenho medo de acordar e não ter mais seus lindos olhos refletidos em minha alma. É o sufoco apertando a minha garganta, É o choro dos bêbados no meio fio, É o nada corroendo as entranhas deste corpo. Sufoco. ![]() |
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