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Luiz Carlos Dias, Professor.


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Um beijo em Paris


Há muito não se viam...
o tempo derrubava as esperanças do reencontro,
enquanto o frio acompanhava os passos: inverno em Paris.
Ele ainda a amava, lembrava-se do primeiro beijo à margem do rio Sena e da esperança do viver eternamente, juntos.
Mas, ela tivera que viajar, cruzara a Europa em direção ao Brasil, na expectativa da pós-graduação.
Durante dias, a cidade tivera perdido seu brilho natural, a luzes inexistiam por fim, somente a ideia
do calor do coração dela, a amada, acendia certo brilho nos olhos claros do rapaz.
Normalmente, perdemo-nos uns dos outros por mero descuido, não que haja destino interferindo, somos nós, humanos infelizes, que fechamos os olhos para a vida. 
A foto ainda presa ao bolso do casaco, o frenesi a extirpar do peito a alma errante. Na imdensidão do espaço, os corpos presos, outrora em rotação, não mais se cruzariam naquele lençol de algodão.
"O que teria acontecido com ela e seus sonhos de menina?!"
Lágrimas marcavam as pegadas do rapaz...
Paris - a testemunha silenciosa de uma paixão - como sofrimento que é, a cidade declamava poesia ao pé do ouvido dos amantes.
O café exalava os sonhos juvenis de um momento caótico do peito. Cheiro, quase insuportável, adocicado, memorável, tudo recordava a pressão exercida pelos lábios da bela jovem parisiense no último encontro. Ah! Se ele pudesse voltar o grande rolo de filme e pausar naquele instante; sentir outra vez o peito pulsar descompassadamente...
 E pode:
Assim que ele pôs os olhos verdes no outro lado da rua movimentada, percebeu o taxi e dele sair uma jovem, não muito alta, maqueada, o cabelo cuidadosamente penteado, portando entre os dedos longos as malas. Não pode acreditar na visão, sentiu o sangue percorrer as veias laterais e abriu um sorriso farto.
 A jovem parisiense estava ali, com lágrimas nos olhos. Atravessou a rua sem se importar com os novos automóveis, a cidade crescera; e ela, por consequência, também.  
Ele a segurou pelos braços finos protegidos por um belo suéter.
E sem mais, beijou-a como alguém que se sente aliviado com o fim da guerra. 






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