O FAROL DAS LETRAS |
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De castelos e meninas
A menina, debruçada na janela, fugia com os olhos da realidade infeliz. Sonhava de coração aberto vencer o mal que nascia dentro dela. O amor pela primeira vez tinha entrado, sem pedir licença, deixara-a suspensa. Mas, Ele, terrível menino de cabelos castanhos, tornou-se um estranho de repente; e o amor, ele foi-se eternamente. Conta a lenda que a menina de tranças, sorriso fácil, gesto firme no viver, quis esquecer pra sempre o amante ausente. Posto que é chama, ele continuava a arder; o menino ou o amor? Ah! eles se fundiam e se confundiam naquele coraçãozinho apertado. A tarde crescia na calçada defronte, crianças brincavam na praça diante da fonte, velhos velhavam à Guimarães, a Lingua voava pela internet, e Ele, o menino de cabelos castanhos, vestindo armadura de prata, com a lança em punho, feria a todas. Sem medir a dor, punha fim aos sentidos humanos. - Não fica triste, menina! Colora essa face novamente, que há um desfile de muitos encantados. Os olhos desta menina ainda seriam banhados por muitas lágrimas... Há de se ter sempre um barco de amor para que com ele nos percamos em tormenta. - Mas, ó menino de cabelos castanhos, não se acostuma: a Bruxa do Norte, uma vez ou outra, beija a vida com a Morte. ![]() |
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