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Luiz Carlos Dias, Professor.


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Fugindo de Alice

Quase meio dia, os ponteiros do relógio avançam ferozmente; Alice, angustiada, treme sem parar. Ela sabe que coelhos brancos com relógios e apressados não existem mais. Seu interesse é outro; está além dos portões daquela universidade. Desde que saiu do interior, nunca mais o tinha visto. Ainda guardava reminiscências dos melhores momentos da infância, estes ainda livres das perturbações, as quais insistem em castigar os nossos pensamentos - é como estar num pesadelo e não acordar aliviado dele.
Os alunos trajados saem pelo portão principal. O olhar de Alice assemelha-se a um girassol em busca do melhor posicionamento. Algo se inquieta dentro dela, o tempo a consome igual às traças diante de um móvel antigo preservado em casarões do período colonial. Tenta mudar os pensamentos, se focar, mas não consegue; lágrimas são inevitáveis. A infância deu seu lugar a juventude. O vento do outono castiga seus cabelos, pensa constantemente que o melhor seria ter pego o guarda-chuva. Naquele exato momento de angustia juvenil, da outra esquina, surgem, de repente, duas personagens importantes na vida da Alice: Miss Sunshine, garota esperta, alegre e Miss Radical-até-de-mais; o próprio nome a descreve.
As três decidem, então, que o melhor seria invadir a universidade, usar cartazes de protestos. O desespero toma conta das faces juvenis. Elas entram e vasculham o local a procura dele. Caem num imenso buraco, o qual as leva para uma sala minúscula; estão perdidas. Mas, todas conhecem o final da história, elas sabem que basta tomar o líquido da garrafa encima da mesa, para atravessar a porta e chegar ao jardim. É o que fazem as três. Escapam e retornam para os corredores da universidade. Curiosamente a Miss Radical-até-demais repara mais nos jovens estudantes do que no caminho a ser percorrido até o estimável encontro. Contudo, o tempo - ah o tempo!, passa rapidamente. Elas estão desesperadas, digo, menos Miss Radical-até-de-mais, porque, para ela, era evidente esta derrota. Até faz cara de eu já sabia. Bom, Alice e Miss Sunshine não desistem e lutam bravamente, elas não querem suas cabeças cortadas pela Rainha de Copas. Algo possível, afinal, estão contra as regras do reino.
A chuva desce das nuvens e alaga os portões do coração. A batalha travada é tão dolorosa quanto à perda que cresce do solo diante das três. Lágrimas se juntam à chuva. Seria este o fim? Depois de tudo? As três pensam num palavrão, mas como são educadas, só pensam.
Quase todas as histórias necessitam de finais felizes, pois são eles que enchem nossos corações de esperança; tornando-nos parte de um futuro melhor, sem medos. O tempo da ficção é eterno e neste espaço em branco do papel, a vida é mais colorida. Por isso, quando as três estavam por dar suas cabeças à Rainha de Copas, algo aconteceu; pena que Miss Radical-até-de-mais havia sido presa antes desta parte; ela sabe que ir contra as regras do reino, é um crime digno de prisão e, naquele momento, os guardas conseguiram prende-la.
Alice e Miss Sunshine ainda estavam livres e conseguiram alcançar o objetivo. Encontram-no vivo, igual a antes. O tempo parou para que a felicidade passasse por eles. Final feliz ainda existe. Quando as duas voltaram para o interior - O reino da Rainha de Copas - noticiaram tudo. A chuva deu lugar ao Sol e todos, por algum tempo, foram felizes neste sempre.





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