O FAROL
DAS LETRAS
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"Um mar de possibilidades, onde a voz do escritor ecoa sobre as ondas"...
Luiz Carlos Dias, Professor.


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Próxima estação...

Sé. Era final de maio, o céu nublado, os agasalhos prontos para sair do armário: em breve, o outono se faria inverno. José caminhava lentamente pelas ruas do morro, no extremo leste de São Paulo. As ruas barrentas, e a iluminação precária, tudo uma escuridão. Os caminhos tortuosos, por que não perigosos, o levavam à estação de metrô. Antes, porém, deveria embarcar numa lotação - num micro-micro-minúsculo-ônibus. No rosto, um sorriso disfarçado, no dedo da mão esquerda, uma aliança; um sinal sagrado, cravado na pele deste trabalhador anônimo. A marmita, fria, dentro da mala, preta, enquanto a nega cuidava dos meninos lá no alto, dentro da humilde residência.
45 minutos. O bilhete na mão, a catraca na vida. Horário a ser obdecido, caso contrário, seria seu último dia de exercício profissional. As pessoas se movimentavam qual as corredeiras de um rio, embusca do desfiladeiro.





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