O FAROL DAS LETRAS |
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R.E.C.I.F.E
Recife, e eu me perdia em seus sonhos de uma temporada de carnaval: na pele sentia o amor, o desejo, ardor; e não queria a dor de não te ter. Não te tive, e quando tive, me mantive em silêncio, chorando debaixo dos meus cobertores juvenis; seus olhos me maltratavam mesmo que distantanciados pelo tempo. Quero-o longe de mim, ao mesmo tempo que o tenho dentro do meu sim: infelizmente, tudo parece ser uma espécie de fim, mas, mesmo assim, necessito-o como a um Querubim! Você me nega, me deixa em reticências... lágrimas são meu tempo presente; sinto arder em meu peito a paixão que não é mais sua, pois a mim resta o padecimento - meu sofrimento. Cruzo os meus sonhos na ânsia de apagar as lembraças daquele nosso, não!, meu beijo molhado, suado, estremecido pelo medo do novo, e me pego sempre sua! Tenho ódio, tenho amor, não te tenho, e mantenho a esperança de sonhar com o seu mar, para neste me jogar: ser sua e querer te amar, sem ar! Não me sinto tola - neste cartão postal, escrevo: como fui boba; se um dia pensei em ser sua forma de pensar a vida. E fico aqui diante das ondas me enrolando toda. Enquanto a maré sobe e encobre os recifes dos meus sentimentos. Este poema é dedicado à Alice, a qual se apaixona pelo estado do amor, sempre! ![]() |
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